Palestras e apresentação de dança marcam o Dia da Consciência Negra na PGE
Para celebrar o Dia Nacional da Consciência Negra, a Comissão de Equidade da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), promoveu, nesta quarta-feira (19), no auditório Cezar Pontes Clark, um evento que reuniu mais de 130 pessoas entre servidores, procuradores, residentes jurídicos, estagiários e demais colaboradores.
Na abertura, o grupo de dança afro NegraÔ deu o tom de como seria o evento, realizando uma apresentação com quatro de seus integrantes, que se revezavam no palco explorando movimentos ao som de atabaques e agogôs. O Espetáculo foi inspirado na dramaturgia de Abebé, na qual os intérpretes exploram temas como corpo negro, autoestima, memória e resistência.
Em sua fala inicial, o procurador-geral do Estado, Iuri Carlyle do Amaral Almeida Madruga, destacou a importância do povo negro no Brasil e a necessidade de se ampliar as políticas afirmativas como forma de reparação. “As políticas afirmativas têm importância histórica, social e moral. Elas não são privilégios, mas instrumentos de reparação e de correção de desigualdades produzidas por séculos de escravidão, exclusão e racismo estrutural”, afirmou Madruga.
O evento – que teve o apoio da Associação dos Procuradores do Estado (Apes) – contou ainda com a palestra do professor da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Gustavo Forde. Após a palestra, foi realizada uma roda de conversa, na qual o procurador do Estado Harlen Marcelo Pereira de Souza e a servidora pública Bárbara Abreu compartilharam suas experiências. A mediação ficou por conta da procuradora e presidente da Comissão de Equidade de Gênero da PGE, Jucilene de Fátima Fuzari.
Durante sua palestra, o professor Gustavo Forde ressaltou temas como o racismo estrutural existente na sociedade brasileira, bem como sobre a importância de se ampliar as políticas afirmativas de reparação. “O número de professores negros nas universidades ainda é muito pequeno”, exemplificou Forde. “Por que não nos indignamos com o fato de o poder público fazer parques para pets em bairros nobres, enquanto bairros de periferia – onde vemos maioria negra de moradores – muitas vezes não tem uma praça ou um parque?”, questionou ainda o palestrante.
Sobre a data
O Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data dedicada à reflexão sobre a luta, a resistência e as contribuições da população negra para a formação do Brasil. A escolha do dia homenageia Zumbi dos Palmares, líder do Quilombo dos Palmares e símbolo da resistência ao escravismo.
O Brasil foi o último país a abolir a escravidão, que durou mais de 300 anos. Durante esse período, foi responsável pelo transporte de 5,8 milhões de negros e negras para serem escravizados aqui, quase metade do total de 12,5 milhões embarcados para a América do Sul.
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